Legado da Devastação na Virada Sustentável
- Flavio Barollo
- 10 de out.
- 3 min de leitura
🌍🔥 O Legado da Devastação na Virada Sustentável 2025 Intervenção urbana do coletivo (se)cura humana
O Legado da Devastação é um cortejo performático do coletivo (se)cura humana que atravessa a cidade como um rito ambíguo: devastação e insurgência. Na paisagem de fumaça e experimentos alquímicos, um CEO da Devastação, um anti-xamã do apocalipse, encarna a lógica do progresso extrativista, onde o lucro privado se sustenta no prejuízo público. Corpos, troncos, tambores e movimento evocam a diáspora afro-indígena como memória e futuro, tensão e possibilidade, em meio à distopia presente. O que começa como marcha da devastação se converte em ritual de transformação, onde luto se transmuta em força e os galhos erguem-se como árvore e abrigo. A procissão não oferece respostas, mas convoca: que legado queremos deixar à vida na Terra?
LEGADO DA DEVASTAÇÃO
(se)cura humana | @securahumana
Concepção, roteiro e direção: Flavio Barollo
Performance com Flavio Barollo, Jeferson Rogério, Leticia Progenio, Odacy Oliveira e Wellington Tibério @flaviobarollo @acquafluisolucoes @leticiaaprogenioo @odacy_oliveira @welltiberio
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Anhangá Coletiva @anhanga.coletiva
Bru Kariri, Jonas Coutinho, Victória Souza e Huiris Brasil @kaririurbana @jocoutinhooo @avicsousa @huiris_brasil
Éder Lopes @e.ederlopes
Direção de arte e tecnologias: Estúdio @casadazica
Trilha: Ritamaria @ritamariarirri, Anhangá Coletiva e Flavio Barollo
Filmagem: Mirrah da Silva @mi.r.rah Fotos: Ugo Sartori @lcs.prod
Montagem, cor, áudio e finalização: Estúdio @casadazica
Produção executiva: Corpo Rastreado | Gisely Alves @corporastreado @corpo_a_fora
Produção geral: Delanda Produções
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VIRADA SUSTENTÁVEL 2025 @viradasustentavel
Realizado na Avenida Paulista, São Paulo, 2025
Fotos ViradaSustentável/LCS Produções
Ugo Sartori @lcs.prodSinopse longa – O Legado da Devastação
O Legado da Devastação é uma intervenção de rua concebida pelo coletivo (se)cura humana, que transforma a Avenida Paulista em palco de denúncia, ritual e imaginação coletiva. O trabalho nasce do embate com o chamado PL da Devastação, mas se expande como metáfora do progresso extrativista que ameaça florestas, rios, comunidades e a própria continuidade da vida.
No cortejo, a figura central é o CEO da Devastação, um homem branco, bilionário, vestido de terno amarelo, máscara respiratória conectada a uma bateria de carro: um anti-xamã que manipula os elementos da natureza não para curar, mas para devastar. Ele abre caminho com seu discurso, clamando por desenvolvimento e progresso, proclamando a lógica de lucro privado e prejuízo público como destino do país, enquanto solta fumaça branca e realiza alquimias de pó, líquidos e resíduos.
Atrás dele, dois corpos arrastam troncos mortos: um deles em formato de crucifixo, outro ligado a uma pequena estufa, como se o ar puro fosse privilégio a ser transportado. Esse é o peso imediato do legado da exploração.
Mas a procissão não se encerra na distopia. Logo atrás caminham corpos da diáspora afro-indígena, artistas que evocam saberes ancestrais em dança, canto e tambor. Suas presenças, primeiro em silêncio fúnebre, na espreita, lentamente se inflamam: passos se transformam em resistência, galhos em armas de luta, a cadência em levante.
Dado momento o cortejo se reconfigura. O grupo parte para cima do CEO, que em seguida é aprisionado numa maloca construída por troncos e galhos. Em roda, as vozes, tambores e danças anunciam um levante e inversão de protagonismos.
Na etapa final, a ordem se inverte: o que antes era peso e submissão torna-se celebração e força. Troncos antes fúnebres se erguem formando uma grande árvore que caminha, o crucifixo se converte em arma de resistência, a dança expressa pelo carimbó e pelo hip hop quebram o compasso fúnebre, o CEO deixa de liderar e passa a ser arrastado pela corrente que antes puxava. O cortejo segue até onde os galhos voltam a se unir em estrutura de abrigo.
O ato se encerra com todos em círculo, de costas uns para os outros, braços entrelaçados, retirando as máscaras e olhando para o público. No centro, a maloca de troncos permanece como símbolo de resistência, abrigo e futuro ancestral.
O Legado da Devastação é uma travessia. Uma procissão que expõe a ferida da exploração ambiental, mas também convoca à invenção de outras formas de vida, em que progresso signifique continuidade, e não esgotamento.Estreia no ato em frente ao Theatro Municipal.













































































































































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